quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Explorando o Inexplorado: Mineração de Monero com Nintendo Switch e Steam Deck




O mercado de criptomoedas, um caldeirão fervilhante de inovação e experiências em tecnológica, é onde a criatividade é a moeda mais valiosa. Dentro desse ecossistema dinâmico, a mineração de criptomoedas emerge como uma área onde os entusiastas podem testar os limites da tecnologia. No universo específico da mineração de Monero (XMR), a comunidade se destaca por sua vontade de experimentar até mesmo com hardware de jogos.

Recentemente, um minerador anónimo agitou a comunidade ao compartilhar no subreddit r/MoneroMining uma configuração peculiar: um Nintendo Switch de 2017 transformado em uma máquina de mineração de Monero. A imagem revela a interface de mineração em pleno funcionamento no console que, em tempos passados, era dedicado a jogos como Super Mario. Surpreendentemente, o Nintendo Switch estava gerando 230 hashes por segundo (H/s).

O cerne dessa ousada incursão tecnológica reside no algoritmo de mineração Monero conhecido como RandomX, que se destaca por sua resistência a ASIC. Esta característica permite que mineradores usem CPUs comuns ou até mesmo dispositivos de jogos, como o Nintendo Switch, para realizar a mineração. Além de oferecer uma oportunidade única para experimentação, essa abordagem diversificada contribui para a segurança da rede Monero.

Entretanto, a aparente inovação traz consigo uma realidade desafiadora. A configuração do Nintendo Switch, apesar de sua façanha de 230 H/s, não se traduz em lucro tangível. A equipe da do nosso Blog, ao recorrer à calculadora MinerStat, avaliou que, levando em consideração o consumo de energia de 6 watts, uma taxa de 1% ao pool de mineração e um custo de eletricidade de US$ 0,1/kWh, o minerador enfrentaria prejuízos. Estimaríamos cerca de 770 meses para extrair 1 XMR, com um gasto mensal de US$ 0,43.

Em termos mais diretos, esse experimento custaria ao minerador aproximadamente US$ 331 por Monero, uma despesa notável considerando o preço de mercado de US$ 166 à época.

Curiosamente, a narrativa se expande para além do Nintendo Switch. Um observador pseudônimo, Untraceable on X, relatou que o concorrente da Nintendo, o Steam Deck, também foi submetido a testes de mineração de Monero, atingindo 700 H/s. No entanto, mesmo essa taxa mais elevada não se traduz em lucros substanciais, dada uma faixa de consumo de energia entre 15-22 watts.

É intrigante notar que, para muitos mineradores de Monero, a atividade não é tanto um empreendimento lucrativo, mas sim uma forma alternativa de adquirir XMR. Essa visão se fortaleceu, especialmente em regiões onde as bolsas de criptomoedas, devido a regulamentações rigorosas, deixaram de oferecer Monero. Para os residentes dessas áreas, a mineração torna-se uma via para obter XMR, mesmo que o prêmio esteja embutido nos custos de eletricidade.

Em retrospecto, essa não é a primeira incursão incomum na mineração de criptomoedas. Em 2021, a do nosso Blog relatou sobre um YouTuber que utilizou seu antigo Nintendo Game Boy para extrair Bitcoin (BTC), gerando modestos 0,8 hashes por segundo.

Em última análise, esses casos curiosos destacam a natureza experimental e, por vezes, extravagante do mercado de criptomoedas. Enquanto entusiastas continuam a empurrar os limites, a mineração de Monero com consoles de jogos mostra-se não apenas uma proeza técnica, mas um reflexo da busca incessante por oportunidades dentro deste ecossistema digital em constante evolução.


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