Num cenário inusitado no distrito de Castelo Branco, a Polícia Judiciária deteve recentemente um grupo suspeito de roubo agravado e sequestro, desvendando um modus operandi descrito como "organizado e quase profissional". Com um olhar mais apurado sobre a situação, a operação "Miragem" visava desmantelar esse grupo que se dedicava a assaltar cidadãos estrangeiros, residentes em Portugal, detentores de carteiras de bitcoins.
Segundo Jorge Leitão, diretor da PJ do Centro, a abordagem do grupo era marcada por uma sofisticação digna do foro militar. Equipados e armados, os criminosos adotavam táticas meticulosas, utilizando armas de fogo nos dois incidentes registados. A suspeita de formação militar entre os detidos reforça a natureza organizada das ações.
Tanto vítimas quanto suspeitos eram estrangeiros, com os detidos a residirem em solo português ou a terem ligações ao país. O primeiro roubo, bem-sucedido, resultou na transferência de bitcoins no valor de três milhões de euros. No segundo caso, uma transferência de aproximadamente 38 mil euros em bitcoins foi impedida por problemas informáticos, segundo a PJ.
Este incidente, o primeiro registo de roubo de bitcoins pela Diretoria do Centro, levanta a possibilidade de haver casos não denunciados. Jorge Leitão espera que a divulgação deste caso encoraje outras vítimas a relatar situações semelhantes.
O grupo, especializado em ações noturnas no interior das residências das vítimas, atribuía diferentes papéis a cada membro. Parte do montante roubado foi gasto em viagens, bens de alto valor e carros de luxo.
As detenções ocorreram num momento crucial, quando a PJ temia o risco de fuga dos suspeitos do país. Quanto à identificação dos alvos, o diretor da PJ do Centro sugere a possibilidade de conhecimento local ou obtenção de informações através das redes sociais, permitindo ao grupo agir com extrema organização e profissionalismo.
A investigação está em curso, com diligências em andamento para a recuperação de ativos, incluindo as criptomoedas envolvidas no crime. Este caso alerta para a necessidade de uma vigilância constante no mundo digital, onde a ousadia dos criminosos desafia os limites da segurança online.
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