Na busca incessante por oportunidades lucrativas, os mineradores de criptomoedas, especialmente os dedicados ao Bitcoin, estão a expandir os seus horizontes para além das fronteiras tradicionais da mineração. Enquanto outrora as GPUs reinavam supremas no mundo da mineração de moedas digitais, está a ocorrer uma mudança sísmica à medida que esses mesmos recursos são redirecionados para uma nova e promissora esfera: a inteligência artificial.
Antigamente, a mineração de criptomoedas, como o Bitcoin, era um território favorável para aqueles que podiam extrair moedas usando placas gráficas (GPUs). No entanto, com a evolução do cenário, especialmente com a transição do Ethereum para um modelo de mineração Proof of Stake (PoS), os mineradores de GPU viram-se à procura de novas oportunidades.
Uma nova competição surge no horizonte: a indústria da inteligência artificial. As mesmas GPUs usadas para a mineração de criptomoedas, com algumas adaptações, podem ser empregues no processamento de grandes volumes de dados, essenciais para treinar modelos de IA, como o ChatGPT ou o MidJourney.
Grandes empresas de mineração, como a Hive Digital, outrora uma das principais mineradoras de Bitcoin, estão a reformular os seus negócios. Parte das suas GPUs agora é direcionada para tarefas como treino de redes neurais, cálculos intensivos e processamento de imagens e vídeos.
Esta estratégia está a revelar-se bem-sucedida, com a Hive Digital a relatar lucros superiores a US$ 250 milhões no primeiro trimestre de 2023.
Outras empresas proeminentes, como a Hut 8, outra grande mineradora de Bitcoin, também estão a explorar serviços relacionados à IA. Elas oferecem poder de computação e escalabilidade para projetos de IA, evidenciando a convergência entre os mundos da mineração de criptomoedas e da inteligência artificial.
Esta tendência não está confinada às grandes corporações. Empresas mais pequenas, como a Satoshi Spain, que anteriormente forneciam GPUs para mineração de criptomoedas, estão agora a aproveitar esses recursos para oferecer serviços de processamento em nuvem para o desenvolvimento de soluções de IA.
A interseção entre mineração de criptomoedas e IA não se limita apenas ao uso de hardware. Empresas como a Quantum Blockchain Technologies estão a desenvolver métodos, como o Message Scheduling For Cryptographic Hashing (MSFCA), que permitem que os mineradores realizem cálculos preliminares para o próximo bloco antes que o atual seja totalmente processado.
A Tether, conhecida por emitir a stablecoin USDT, também está envolvida nessa convergência, desenvolvendo o Moria, uma ferramenta baseada em IA que oferece aos mineradores análises de desempenho, eficiência e despesas.
Este casamento entre mineração de criptomoedas e inteligência artificial não só abre novas oportunidades para os mineradores, mas também impulsiona avanços significativos na fronteira da tecnologia, prometendo um futuro fascinante e lucrativo para aqueles dispostos a explorá-lo.
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